Aos 20 e poucos anos, solteira livre e solta, comprei minha primeira obra de arte: uma tela à óleo de um amigo (que além de amigo super-gato também tinha um casinho comigo, sem maiores conseqüências).
Pagava em suaves prestações, sempre em dólares (20,30) , colocados em envelopinhos e entregues de tempos em tempos. Este quadro amado me acompanhou em todas as minhas casas, geralmente pendurado em lugares de destaque. Pois bem, aos 35, me caso com um homem desarvoradamente ciumento e mordaz, que "odiava" o quadro, achava feio. Reclamava que não combinava com a nossa sala, nem com corredor, que meu gosto para arte era duvidoso etc. etc.
Fico grávida, hormônios ensandecidos, chega pelo correio um catálogo de uma nova exposição do meu amigo, autor do quadro.
Depois de 3 dias de um mutismo insuportável, meu marido sai de casa de manhã e volta à noite, com cheiro de tudo menos de roupa lavada com Confort, e eu estou enlouquecida com uma tesoura na mão e o meu amado quadro todo picotado... não restou nada. Só a moldura.
Gentilmente cedido por:
Madalena Zaragoza
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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Um comentário:
Esse é um caso clássico de implosão.
Nossa amiga foi bem ativada, mas em vez de explodir recebendo o pintor para um uísque em casa, ou fazendo picadinho de todas as roupas cheirando a Confort do seu montador, por exemplo, partiu para a auto-agressão, picando o quadro que tanto gostava.
Na nossa anáise de material explosivo, ela ganharia um simples 2,1.
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