quinta-feira, 2 de abril de 2009

Capítulo X-rated do livro


Talento para a escolha de material ou sorte de principiante?



Este caso levanta uma polêmica. Apesar de parecer um montador-master pelo tamanho da explosão que provocou, nosso protagonista vem apresentando uma sequência de resultados negativos, após a sua primeira e muito bem sucedida detonação. Analise conosco e tire suas próprias conclusões:

John Wayne Bonnit e Lorena Leonor Gallo se casaram em 1989. Ela com 19, ele com 22 anos.
Quatro anos depois, numa noite de lua cheia em Manassas, Virgínia –EUA, Lorena esperou que o marido dormisse e arrancou o seu pênis com uma faca de cozinha. Em seguida, fugiu com o membro na mão, entrou no carro e saiu cantando pneu pelas ruas.
Numa certa altura da fuga, se deu conta que ainda tinha aquele horrendo pedaço de carne sangrento no colo e atirou-o, chocada, pela janela.
John correu para o hospital. Lá, na unidade de atendimento de emergência, um médico aplicou um torniquete para conter o sangramento do terço de pênis que restava ao sr. Wayne e chamou um urologista, Dr. Sehn, que disse ao paciente que o reimplante seria possível, caso a parte perdida do membro fosse reencontrada.
Absurdamente solidários e identificados com a tragédia, todos os oficiais da polícia da cidade partiram em busca do falo perdido.
Quando Lorena foi localizada, contou que havia fugido em estado de choque e que, inconscientemente, levara com ela a prova do crime. Em seguida, informou aos policiais o local onde havia jogado fora o pênis do marido.
Um comando da polícia partiu imediatamente, com batedores de moto e sirenes gritando, em busca do membro decepado.
Não é só a polícia; Deus, que é homem, também ajuda os womanbombers. O pênis de John Wayne, depois de trazido em compartimento congelado de volta ao hospital, foi cirurgicamente reimplantado pelos olímpicos* cirurgiões Dr. James T. Sehn e Dr. David E. Berman.
* Sim, porque essa interferência cirúrgica é digna de Zeus e sua remontagem do filho de Tântalo, que havia sido fatiado e servido num jantarzinho íntimo aos deuses pelo pai, que queria provar que eles, os deuses do Olímpo, de oniscientes não tinham nada. No entanto, Tântalo se ferrou, porque Zeus, que era um gourmet, sacou o truque barato e condenou-o ao suplício de ter água e comida à um milimetro da boca, por toda a eternidade, sem jamais poder alcançá-los. O filho do infame, ex-guizado, foi então trazido de volta à vida pelo deus, antecipando a história do monstro Frankenstein.
Em depoimento à polícia, Lorena disse que cortou o pênis do marido porque ele a violentava com frequência e não ia parar. A sra. Bobbitt não estava nada interessada no dito popular: Se não pode vencê-los, junte-se a eles.
Dois julgamentos se seguiram. No primeiro, John foi acusado de agressão à Lorena e absolvido. No segundo, Lorena foi acusada de causar “ferimentos malignos” e inocentada com base nos argumentos da defesa, que elegou que a garessora estava sofrendo de estresse pós-traumático (EPT). Segundo os defensores, o EPT da sra. Bobbitt se manifestou como insanidade temporária, causando um impulso irresistível de ferir sexualmente o marido. Como resultado, ela não poderia ser considerada culpada pelas suas ações.
Lorena foi absolvida pelo juri e mandada para um hospital psiquátrico para se tratar por 45 dias.
Como sabemos, há nomes e nomes para as coisas. O que os advogados de defesa chamaram de EPT, nós conhecemos como mulher-bomba bem ativada. Veja bem, qualquer um de nós hesita diante da possibilidade de assassinar um mosquito, e acaba errando o tapa. Esta mulher, num golpe, levou dois terços do falo do marido. Uma simples hesitação e ela teria ferido o esposo, cortado o membro, mas não conseguiria arrancá-lo. Para conseguir cortar pele, músculo, veias e ligamentos, com uma só tacada, a sra. Bobbitt não pensou duas vezes. Foi reta, fria, rápida e cirúrgica.
Embora a explosão tenha sido espetacular e o desenvolvimento da história bastante satisfatório (com restituição do membro, sem condenação judicial, e, você verá em seguida, com a abertura de um novo filão profissional), nós condenamos o estupro como forma de ativação, e a emasculação como explosão. Porque é ilegal, anti-ético, imoral e violento. Neste esporte radical que é a montagem e ativação de mulheres-bomba, o que nos excita é o jogo intelectual, as estratégias, os golpes e contra-golpes, jamais a violência. Nosso jogo, embora envolva altas doses de adrenalina, está ligado à sofisticação do xadrez e não à carnificina.
Lorena e John se divorciaram em 1995.
Após a reconstituição de seu membro, John, numa manobra espetacular, tornou-se ator de filmes pornográficos e estrelou: “John Wayne Bobbit... sem cortes”, “Buttman at nudes a poppin” e “Frankenpenis”.
Mas sua vida nunca mais encontrou a plenitude descoberta ao lado de Lorena. Desde a separação, ele vem tentando realcançar o nirvana perdido, lutando desesperadamente para montar uma nova mulher-bomba.
No entanto, o destino vem sendo cruel com John. De lá para cá, ele teve um caso com a estrela pornô Taylor Hayes; se casou rapidamente com Dottie Brewer (de 3 a 26 de fevereiro); e com Joanna Ferrell, que o levou à corte 3 vezes por abuso doméstico. Após puxar uma pequena cadeia, foi considerado inocente por insuficiência de provas. Como você pode ver, John tem escolhido um péssimo material – mulheres de pavio longo, que se contentam com a separação ou com processos judiciais, em vez de explodir. O que nos leva a crer que John Wayne Bobbitt não é um womanbomber de categoria, tendo apenas tido um golpe de sorte com Lorena, essa sim, material de primeira qualidade.
É preciso saber identificar os momentos de plenitude, para vivê-los intensamente. Nunca se sabe se serão os únicos de nossa vida, ou os últimos.

Nenhum comentário: